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Santiago acessível: Deixa a rua te levar

Sabe quantos parques visitamos com a Alice em Santiago? Cinco! Sabe em quantos deles havia brinquedos acessíveis? Todos! A capital chilena já teria lugar cativo em nosso coração só por isso. Mas também tem metrô acessível, calçadas bem conservadas e com rebaixamento adequado para o trânsito na cadeira de rodas, opções de museus inclusivos, dentre outras iniciativas que fazem com que a cidade seja muito amigável às pessoas com deficiência. É de encher os olhos e afagar o coração.

A sensação de se sentir considerada e respeitada estampou o rosto da pequena Alice todos os dias, a cada gargalhada no balanço, a cada olhar curioso pelas novidades, a cada brisa fresca no rosto. O Sky Costanera, mirante localizado no último andar do prédio mais alto da América Latina, é exemplo de acessibilidade. Do alto do 62º andar e a 300 metros, elevadores, espaços planos e bem cuidados, banheiros acessíveis, instruções sonoras e uma equipe preparada garantem o conforto e fizeram a gente se sentir realmente bem-vindo.

Mesmo no Mercado Central, onde pessoas e mesas se acumulam, os garçons abrem espaço e, com boa vontade, é possível circular e curtir os cheiros, cores e sabores do Pacífico. O Cerro San Cristobál e o Cerro Santa Lucia são locais que exigem mais disposição e bom humor. Não são acessíveis, há vários lances de escada e calçamento irregular. Ainda assim, lá fomos nós. E sentir o frescor da altitude no dia de verão quase compensa o esforço.

Em Santiago, os parques contam com vários brinquedos acessíveis.

Também visitamos as charmosas vizinhas Valparaíso e Vina del Mar. A primeira não é exatamente um passeio para cadeirantes, dadas as ladeiras e as calçadas que contam história. Ainda assim, a arquitetura distrai os olhos das barreiras do chão, assim como o imponente Porto. Vina del Mar é mais amistosa com os cadeirantes. À beira da praia, pudemos ver brinquedos acessíveis e crianças brincando. Não identifiquei nenhuma iniciativa que possibilitasse à Alice entrar no mar, mas, ao que parece, nem mesmo os chilenos se banham com frequência naquelas águas geladas. Mesmo com o sol escaldante e areia cheia de gente, o mar estava vazio…

Para nós, o mais gostoso da cidade foi mesmo a possibilidade de nos perdermos nas ruas, de um lado para o outro, e, hora sim, outra também, entrar em um parque só para ter a alegria do livre brincar de nossa pequena junto às outras crianças. É tão simples… Então, se você é cadeirante “de primeira viagem” como nossa pequena Alice, ou é responsável por alguém nesta condição, aí vão algumas dicas que podem minimizar dores de cabeça em Santiago:

Por fim, já muitas das barreiras à acessibilidade estarão equacionadas, aproveite para descansar os olhos dos obstáculos e apreciar a vista. A Cordilheira dos Andes pode ser vista de vários pontos da cidade e é um lembrete da força e do mistério que também vive em nós.

Por: Mariana Rosa, mãe da Alice, jornalista, autora do livro e do blog “Diário da mãe da Alice“. A pequena Alice adora aventuras, tem bom apetite e também tem paralisia cerebral. Ou seja, se deu bem no Chile. 

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