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Mulheres viajantes: por que e como se inspirar para desbravar o mundo sozinha

mulheres viajantes

As mulheres ocupam cada vez mais lugares no mundo – não, não estamos falando sobre espaços físicos, mas dos lugares que vão muito além do pensado para elas. Mulheres se desafiam, quebram recordes, superam limites, fronteiras e padrões para correr atrás de sonhos e das suas próprias histórias.

Viagens passam por isso! Mais do que conhecer um novo destino, mulheres que viajam se propõem a assumir um olhar turista sobre o mundo, um olhar plural. Elas se provocam a conhecer o novo (do outro e de si mesma) e, por isso mesmo, voltam da experiência mais fortes e ainda mais diversas.. 

A viagem solo, especificamente, parte de um processo de empoderamento único. Encara-se os medos de um mundo ainda adverso e assume a coragem de explorar, descobrir e se conhecer.  O movimento de sair por aí sozinha tem crescido, e é na força umas das outras que as mulheres continuam se inspirando e se incentivando a viajar sozinhas.

“Viajar, pra mim, é assumir o mundo como lar”

Só pela nossa plataforma, 370 mil mulheres se aventuraram no último ano. A Dayana Rodrigues faz parte dessas histórias. Viajou pela MaxMilhas mais de 25 vezes. Sozinha ou acompanhada, para ela, viajar é algo transformador. 

Mulheres se inspiram porque sabem que podem contar uma com as outras. 

Muito além de um grito de liberdade, viajar sozinha é rasgar a fragilidade que, por muitas décadas, insistiram em encaixá-las. 

E pode acreditar: a gente sabe que muitas vezes é difícil dar o primeiro passo em direção a uma aventura dessas, onde é só você com você mesma. Mas lembra dessa espécie de rede de apoio que comentamos ali em cima? Acompanhar histórias daquelas que já se aventuraram sozinhas em viagens pode ajudar a combater todo o receio entorno de sair pelo mundo!

Então, foi pensando na força do exemplo que a gente trouxe alguns casos para te inspirar a dar, finalmente, o seu próximo passo. Preparamos um guia com pessoas a conhecer, mulheres a seguir, livros, filmes e tudo que você precisa saber  antes de viajar sozinha!

#MulheresPraConhecer: quais mulheres marcaram a história com suas viagens?

Uma coisa já podemos te falar de cara: as mulheres viajam sozinhas há muito tempo. Algumas delas, pioneiras, criaram um marco na história, ajudaram a colocar as mulheres em pauta e abriram o caminho para que, hoje, muitas mais queiram e possam desbravar o mundo. 

Gertrude Bell (1868 – 1926)

Gertrude Bell foi uma escritora, viajante, arqueóloga e administradora que teve uma atuação política importante durante sua vida. 

Ela ficou conhecida por ser uma viajante de mão cheia e, inclusive, por ter conquistado duas voltas ao mundo em 1897-1898 e 1902-1903. Apaixonando-se pelos povos e pela cultura árabes, Gertrude deixou o lar de sua família de prestígio na Inglaterra e viveu grande parte da sua vida no Oriente Médio, aprendendo as línguas da região, fazendo expedições arqueológicas e explorando a fundo seus desertos, a ponto de ser conhecida como Queen of the Desert

Bell escreveu vários livros de viagem contando sobre suas aventuras e descobertas, fez diversos registros fotográficos e se consolidou como uma figura política de extrema importância e respeito tanto para o governo britânico, durante a Primeira Guerra Mundial, principalmente, quanto para os governos da região. Ela foi uma das responsáveis pela delimitação do Iraque e a pessoa por trás da criação do Museu Arqueológico de Bagdá. 

Já diria a arqueóloga iraquiana Dr. Lamia Al-Gailani: em um mundo dito dos homens, Gertrude foi, em sua vida, muito mais importante que qualquer um deles!

Annie Londonderry (1870 – 1947)

Dar a volta ao mundo de bicicleta é possível? Para Annie Cohen Kopchovsky, em 1894, sim! 

Mesmo sem nunca ter andado de bicicleta, ela aceitou o desafio de dar a volta ao mundo sob duas rodas e, aos 23 anos, foi a primeira mulher a conquistar esse recorde. Deixou o marido e os três filhos em casa, saltou em uma bicicleta e, em troca de $100, concordou em colocar uma propaganda da Londonderry Lithia Spring Water Company of New Hampshire em sua bicicleta e é daí que vem seu sobrenome fictício o primeiro dos muitos jeitinhos que ela arrumou para conseguir dinheiro ao longo dos meses e o início da lista de histórias que ela inventou pelo caminho!

Em sua viagem, que durou 15 meses, Annie tirou fotos com sua bicicleta para souvenirs, participou de exibições e deu palestras como forma de arrecadar dinheiro para sua aventura. Durante sua viagem, contava histórias que tinha vivido até chegar ali e, como quem conta um conto aumenta um ponto, esses relatos incluíam as mais mirabolantes fábulas: caça de tigres com a realeza indiana, encarceramento numa prisão no Japão, um tiro no ombro durante uma guerra no Hong Kong, entre tantas outras. 

Apesar de muito ainda se questionar sobre sua viagem (inclusive sobre ela ter, de fato, feito todo o trajeto na bicicleta), o importante é que Annie se tornou um grande símbolo para as mulheres que, ao redor do mundo, queriam sair em busca de sua liberdade!

Amelia Earhart (1897 – 1937)

Foi em 1920, fazendo uma visita a um campo de pouso com seu pai e voando pela primeira vez, que Amelia percebeu sua paixão pela aviação. Dividindo-se entre empregos, ela atuou como fotógrafa, motorista de caminhão e estenógrafa na companhia telefônica da cidade até conseguir juntar o dinheiro necessário para fazer as aulas de voo. Mais seis meses dali e ela já tinha seu próprio avião, o amarelíssimo The Canary

Amelia começou a fazer história como pilota só de ser uma das poucas mulheres no campo ela foi a 16° mulher a conseguir uma licença de voo da FAI, Federação Internacional de Aviação. Além disso, Amelia bateu recordes de marcas de altitude, velocidade e distância como uma pilota mulher durante toda sua carreira, foi a primeira mulher a cruzar o Oceano Atlântico (acompanhada de dois pilotos, em 1928, e depois sozinha, em 1932) e foi a primeira pessoa a cruzar o Oceano Pacífico, em 1935 (onde diz ter tomado sua melhor e mais surreal caneca de chocolate quente, a quase 2.500 metros do solo, sozinha no silêncio das nuvens).

Em 1937, durante uma viagem audaciosa, onde Amelia se desafiava a ser a primeira mulher a circular o globo em um avião, ela desapareceu, junto com seu navegador, Fred Noonan. Até hoje não se sabe ao certo o que aconteceu com a aeronave. 

A pilota, que durante sua juventude juntava clippings sobre mulheres bem sucedidas em áreas predominantemente masculinas, se tornou um dos maiores ícones femininos mundial, inspirando outras mulheres a desbravarem áreas que não eram vistas como um território delas! 

#MulheresPraSeguir: perfis de viajantes no Instagram para te inspirar 

Às vezes, o empurrãozinho que falta para fazer uma viagem dos sonhos é acompanhar a experiência de alguém que já fez aquele mesmo roteiro antes de você

Pensando nisso e sabendo que, hoje, o Instagram é uma das ferramentas mais usadas na hora de decidir um novo destino de viagem, separamos alguns perfis de mulheres viajantes para você se inspirar e começar a planejar seu plano de dominação mundial, viagem após viagem 😉 

#MulheresPraAssistir: filmes sobre elas que correm o mundo 

Curtas, documentários, ficções… são muitas as histórias contadas sobre e para mulheres que tem no coração a ânsia de correr mundo afora. Separamos alguns dos nossos filmes favoritos para te fazer viajar!

Livre (2014) – Jean-Marc Vallée

Baseado no livro de mesmo nome, Livre segue a história real de Cheryl Strayed. Depois da morte da mãe, a distância da família e um casamento desmoronando, Cheryl, aos 26 anos, decide atravessar à pé e sozinha a Pacifc Crest Trail um caminho de cerca de 1.770 km que cruza a costa oeste dos Estados Unidos de uma ponta à outra. 

Sem experiência em caminhadas de longa distância e em uma decisão impulsiva, seguimos a mulher em uma trajetória dolorosa, mas que a torna cada vez mais forte. Livre se tornou um exemplo de superação e inspiração para muitas outras na jornada do autoconhecimento e na busca por desafios. 

Trilhas (2013) – John Curran

Já imaginou atravessar 2700 km de um deserto sozinha? 

Baseado em uma história real, Trilhas nos conta sobre a coragem de Robyn Davidson que, em 1977, cruzou o deserto da Austrália com quatro camelos e seu cachorro. A travessia dos 2.700 km durou nove meses e foi documentada pelo fotógrafo da National Geographic Rick Smolan, tornando-se uma das matérias de capa da revista no ano seguinte e uma história de inspiração para muita gente até hoje!

Maidentrip (2013) – Jillian Schlesinger

Se você não consegue imaginar uma garota de apenas 14 anos fazendo uma viagem de volta ao mundo sozinha, a gente está aqui para te fazer mudar de ideia. 

Talvez você já tenha ouvido o nome Laura Dekker, e não é por menos: nascida em um barco na Nova Zelândia durante uma navegação de 7 anos de seus pais, e passando seus primeiros anos de vida em alto mar, Laura sempre sentiu uma atração pelas águas marinhas. Foi com esse amor pela navegação que a menina saiu para velejar ao redor do mundo aos 14 anos. Tornando-se a mulher mais nova a desbravar as águas do mundo sozinha, sua jornada de 2 anos foi documentada por ela mesma e se transformou no filme Maidentrip.

Juanita (2019) – Clark Johnson 

Juanita é um filme que também diz da viagem como uma maneira de se descobrir. Mãe solteira de 3 filhos e sem tempo para cuidar de si mesma, Juanita decide entrar num ônibus em direção à Montana, em busca de se reinventar. A história segue a mulher na sua adaptação a uma vida mais tranquila no interior dos Estados Unidos – lugar bem diferente do caos urbano em que vive.

Com humor e leveza, você pode acompanhar a trajetória corajosa da personagem e percebe que não existe a tal da idade certa para se jogar na estrada e ir em busca do que você acredita!

Elena (2012) – Petra Costa 

Elena é um filme para ser sentido de uma só vez, quando você o assiste, mas também depois, novamente, aos poucos, com o passar dos dias. Elena é sobre amor, sobre família, sobre a necessidade de voltar ao passado para se libertar no futuro. 

Filme-documentário da cineasta brasileira indicada ao Oscar, Elena nos leva junto com Petra e sua mãe à Nova York, em uma viagem atrás da memória da irmã da diretora, que dá nome ao filme.   

Noir Blue (2017) – Ana Pi

Ana Pi viaja à África para se reconectar com suas origens em Noir Blue. No curta, ela dança por diversas paisagens de cidades africanas enquanto Ana reflete sobre seu lugar no mundo como mulher negra e, principalmente, como finalmente se sente em casa quando vai visitar o continente africano. 

Como um gesto de respeito, resistência e liberdade, a dança de Ana Pi nos transporta à sua viagem de descobrimento de si. E o filme nos deixa com um gostinho gostoso, ao final: onde podemos ir para também nos encontrar? 

#MulheresPraLer: livros sobre e para mulheres que viajam sozinhas

Se você quer imergir ainda mais na experiência de mulheres que viajam sozinhas, existem também alguns livros legais para deixar na cabeceira: 

 

A gente sabe que o ato de viajar é uma forma de se descobrir sozinha mas, isso não significa que você precisa fazer isso sem a ajuda de ninguém! Se inspirar em outras histórias, pedir e procurar dicas e pensar no coletivo é um ótimo jeito de começar a se planejar para tomar o mundo nas suas mãos. 

E a verdade é que exemplos de força feminina não faltam à sua volta. Mulheres que inspiram são mulheres reais, que estão ao seu lado, superando limites, fronteiras e padrões, todos os dias. 

No fim, viajando sozinha ou não, conquistar o mundo é um direito seu, e ninguém pode te dizer o contrário!

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