Descobrindo a Ilha de Páscoa
Acertou quem pensou em Ilha de Páscoa! Se você, entretanto, nem sabia que ela existia, ou até sabia, mas não fazia ideia de que se tratava de um destino no território chileno, tudo bem – confesso que esse não é um lugar muito comum para os brasileiros… Mas o meu objetivo aqui é exatamente esse: te apresentar achados incríveis e pouco conhecidos pelo mundo. Quem sabe eles não se tornam parte da sua próxima viagem?
Bom, pra quem ainda não me conhece, eu sou a Raquel Furtado, fundadora do blog VamosPraOnde.com. Viajar pra mim é mais que paixão, é uma necessidade imensa. Não à toa, o blog acabou se tornando minha profissão – então podem confiar em mim: vou compartilhar dicas preciosíssimas com vocês.
Hoje escrevo diretamente desse país que amo, o Chile. Nada mais justo que dividir com vocês um lugar incrível daqui. A primeira coisa que vem a cabeça quando escutamos o nome Ilha de Páscoa com certeza é um Moai.
Essas incríveis esculturas de pedra são, sem dúvidas, a sensação da ilha – mas não o único motivo para visitá-la. Rapa Nui, como também é chamada, possui uma beleza natural incrível, incluindo o vulcão Rano Kau – umas das obras da natureza mais surpreendentes que já presenciei.
Bom, mas voltando para os Moai: acredita-se que eles foram construídos pelos 12 clãs que habitavam a ilha durante o período de 800 D.C a 1.680. Eles representavam ancestrais importantes para cada família, e, uma vez que prontos, eram posicionados virados para os seus correspondentes clãs, com o objetivo de protegê-los.
Os Moai eram construídos com pedras vulcânicas das encostas do vulcão Rano Raraku. Existem hoje cerca de 400 Moai inacabados ou abandonados por lá. O local também é conhecido como “a Pedreira” ou “Fábrica de Moai”.
Como essas estruturas, que chegavam a pesar até 70 toneladas, eram transportadas até sua posição final? Ninguém sabe. Especulam que os Rapa Nui usavam um sistema de rolagem de toras de madeira como se fossem pneus. Imagina quantas árvores não seria necessário derrubar para transportar mais de 300 Moai até suas plataformas? De acordo com os locais, esse é um dos principais motivos pelos quais as árvores são raridade na ilha hoje em dia.
Mas não foram só árvores que os Rapa Nui derrubaram.. Acreditem se quiser, mas todos os Moai já erguidos na ilha também foram também derrubados. Historiadores consideram que uma guerra entre os clãs ocorreu por volta do século XVII devido à escassez de recursos e alimentos. O caos foi tão grande que os Moai dos clãs “inimigos” foram derrubados como um símbolo de tomada de poder. Como todos os clãs acabaram se tornando inimigos entre si, não sobrou um Moai em pé.
Infelizmente, praticamente tudo que se sabe sobre a ilha é especulação (baseada em algumas evidências, claro, mas quase nada é 100% comprovado). Isso porque sobraram muito poucos nativos para contar história. Após a chegada dos exploradores europeus e a “inserção” da ilha de Páscoa no mapa, muitos foram a ilha explorar a mão de obra ou o próprio espaço. Cerca de 1/3 da população Rapa Nui, por exemplo, foi capturada e levada como escrava para o Peru. Com a pressão de outros países, os poucos que conseguiram sobreviver foram liberados e enviados de volta à ilha. No trajeto, entretanto, vários morreram, e apenas 15 conseguiram chegar em casa novamente. Com eles, além da tragédia na memória, trouxeram ainda doenças que reduziram a população Rapa Nui para apenas 111 pessoas. Dentre essas mortes, estavam os únicos que sabiam traduzir o Rongorongo, sistema de escrita local – o único já descoberto na Polinésia. Até hoje, as escrituras encontradas nunca foram traduzidas.
Bom, nos anos 90, vários historiadores levantaram recursos financeiros para que a restauração que alguns Moai pudesse ocorrer. Por esse motivo, hoje conseguimos ver plataformas de Moai completas na ilha e entender um pouco melhor como era Rapa Nui no período da dinastia dos clãs.
Existem vários lugares na ilha para apreciarmos a imponência dos Moai, como a praia de Anakena (que inclusive é um lugar lindo na ilha), e os Ahu Tongariki (plataforma com 15 Moai), Akivi (plataforma com 7 Moai), Ko Te Riku (plataforma com 5 Moai), Vai Uri (1 Moai) e Tahai (também um Moai). Esses últimos três estão localizados bem pertinho, no complexo Tahai – um excelente local para observarmos o pôr-do-sol. Isso sem mencionar Rano Kau, onde encontramos a maior quantidade de Moai (como falei acima).
Várias plataformas não foram restauradas, então vale à pena também visitar o Ahu Akahanga para ver os Moai derrubados. Na ilha você pode fazer passeios de bike, trekking ou alugar um carro ou quadriciclo. O destino é um livro aberto e te convida a explorar o máximo da cultura dos Rapa Nui e dos Moai.
Eu achei tudo simplesmente incrível e maravilhoso. Uma viagem extremamente marcante e especial.
Para chegar lá, voe para Santiago, aproveite para passar uns diazinhos na capital chilena, e depois siga por mais 5 horas em um vôo da LATAM (única cia aérea que voa pra lá) até a ilha. Você não vai se arrepender!