Paris + sol = piquenique!

No verão, as ruas da capital francesa atraem turistas e parisienses para os parques e margens do rio Sena e seus canais. O ar fresco que vem das águas ajuda a aplacar o calor e a vista, é claro, é maravilhosa por todos os lados. Em Paris, como em muitos lugares do mundo, quando faz tempo bom, as pessoas se animam a sair de casa para praticar esportes, encontrar amigos, namorar, tocar um instrumento e comer algo gostoso vendo a vida passar sem gastar muito dinheiro. Além de ser um passeio em conta para balancear os dias de muitos gastos com ingressos, restaurantes e compras, o piquenique é a oportunidade perfeita para experimentar várias comidas gostosas à venda nos supermercados e padarias e aproveitar a paisagem despreocupadamente.

Uma das grandes vantagens de estar na França é que vinho, pão e queijo francês de boa qualidade custam muito mais barato do que no Brasil (é claro). É tão mais barato que chega a ser ridículo: tem vinho que custa menos do que uma garrafa de água com gás (mas os que custam por volta de 5 euros – 20 reais! – valem o investimento). Se não tiver saca-rolhas em mãos, não tem problema. Dá pra pedir para a moça do caixa abrir a garrafa e recolocar a rolha (consegui pedir isso sem falar uma palavra em francês, viva a mímica!) ou então pegar um abridor emprestado com outros grupos fazendo piquenique, eles provavelmente poderão ajudar nessa missão.

Existem muitas opções excelentes para piquenique em Paris. Marina Borges, uma amiga muito querida que mora em Paris, indicou seus lugares preferidos: o Champ de Mars, parque gramado onde fica a Torre Eiffel, rende boas fotos do monumento, o Canal de St. Martin e o Canal de la Vilette são o point preferido dos jovens parisienses, os Jardins de Luxemburgo têm muitas flores e ampla área gramada e os quais (margens pavimentadas) do rio Sena foram fonte de inspiração para vários artistas que viveram na cidade, com belas vistas para monumentos históricos da capital. Marina e seu marido Igor Costoli me acompanharam em um passeio que terminou em piquenique às margens do Sena no fim de uma tarde de sol quente. Foi tão gostoso que repeti a dose sozinha depois, para um último almoço em Paris.

Me sentei à beira do rio com vista lateral para a Catedral de Notre Dame de um lado e para a Torre Eiffel do outro. Ali armei meu piquenique de despedida munida de vinho, pães, queijos, iogurte e tortinhas de fruta para a sobremesa. Comprei cada comida em um lugar, para experimentar de tudo. Ao andar pelas ruas de Paris “caçando” meu almoço, me senti como aqueles cachorros em frente às máquinas que assam frango, olhos maravilhados pelas belezas ofertadas, papilas gustativas úmidas e impacientes, mente indecisa sobre o que levar. “Não pode escolher todos?”, perguntei ao meu bolso, e a resposta foi “Não”. Mesmo assim, gastei uma boa grana com muito mais comida do que poderia consumir em um dia e não me arrependi de ter ficado tão cheia a ponto de não conseguir levantar por algumas horas. Levantar pra quê? Qual a pressa?

Enquanto fazia a digestão e curtia o pilequinho do vinho, aproveitei para observar as pessoas que passavam pelas margens do rio, bisbilhotar a conversa (em francês) dos amigos reunidos perto de mim, ouvir música que outro grupo tocava mais adiante, atualizar meu diário de viagem e até tirar um cochilo. Entre um soninho e outro, abri os olhos e vi as torres imponentes da Notre Dame, o quadradão imponente da Hôtel de Ville (onde funciona a sede administrativa de Paris), o rio que fluía devagar, a Torre lá no fundo e me senti completamente realizada. “Estou em Paris e não é sonho”.

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