* Por Bárbara Silva
Pois bem, encarei o desafio e decidi sair da minha zona de conforto: Comprei as passagens pela Maxmilhas, a hospedagem pelo AirBNB e contratei alguns passeios com uma agência de viagens. Peguei roupas de frio com os amigos, fiz as malas e parti!
Agora, trouxe um pouquinho sobre como planejei meus dias para te levar às ruas de Santiago junto comigo e, quem sabe, te inspirar a dar uma passadinha por lá!
A Chegada
25/09/2019: Ao todo foram 4 horas de voo, contando com uma parada em Guarulhos, até chegar no aeroporto de Santiago (SLC).
A primeira dificuldade encontrada foi para chamar um Uber: o celular já não pegava sinal, não havia feito câmbio de moeda, e pra entender o sotaque Chileno não é tão simples assim (eles falam bem rápido!). Depois de uns momentinhos de leve desespero, consegui ligar o wi-fi, chamei o Uber – para chegar até ele foi preciso pegar um ônibus que deixava no estacionamento, pois no Chile a app não é legalizado, apesar de muito utilizado – e no caminho até arrisquei trocar algumas palavras com o motorista, porém com bastaaante dificuldade.
Antes de descer do carro eu já estava encantada: Os novos ares de uma cidade com inúmeras construções históricas, bem arborizada e de beleza única. Fiquei hospedada em um apartamento na Región Metropolitana de Santiago (no centro).
Bem em frente, além de uma loja de doces com o preço bem em conta, chamada Distribuidora La Mundial, descobri a lanchonete Masticón, onde pude conhecer um pouco da comida chilena raiz, como o cachorro-quente (que, por lá, se chama “Completo”, tendo várias opções de recheio. O completo Italiano tem esse nome porque as cores lembram a bandeira da Itália: Salsicha, vinagrete de tomate e cebola e palta que é o abacate temperado que eles utilizam em tudo), o churrasco (é um sanduíche com carne em tiras, muito bom) cervejas locais (Escudo, mais forte, e Cristal, mais leve), e onde descobri que “Vacuno” é carne de vaca (de boi) – fiquei chocada.
Roteiro
Santiago é uma cidade incrível e bem diversa. Tentei conhecer suas várias faces e vou contar um pouco sobre como dividi meus dias e o que conheci pelas minhas andanças!
DIA 1
O legal de ficar hospedado na región metropolitana é que você pode ir em diversos pontos turísticos a pé! Os que visitei no primeiro dia foram:
- Palácio de La Moneda: Sede da Presidência da República do Chile. É onde a população se concentra na maioria das manifestações políticas de Santiago (o que é bem comum por la)
- Plaza de Armas: Considerada o centro histórico de Santiago, é um importante símbolo público do Chile que contém muitos monumentos, como o de Pedro de Valdívia (conquistador espanhol e fundador da cidade)
- Calle Nueva York: Ruazinha linda que remete a região de Downtown de Nova York, uma mini Wall-Street
- Paseo Bandera: Conhecida como a rua colorida de Santiago, ótima para tirara fotos, e tem várias barraquinhas de suco de frutas
- Casas de Cambio: A maior parte fica concentrado em uma rua, o que facilita a comparação de valores, que tem variação de acordo com o dia e o horário – A melhor casa costuma ser a Laser Cambios e a JM Cambios
- Barrio Paris Londres: Considerado um pedaço da Europa em Santiago, é um pequeno quarteirão datado da década de 20 com ar europeu e com ótimos lugares para comer e beber
- Cerro Santa Lucia: É um parque com um morro/mirante de 70 metros que tem uma vista e construções maravilhosas. Santiago foi fundada oficialmente nos pés desse cerro em 1541, configurando o local como importante atração histórica de Santiago.
- Barrio Bellavista: Ótimo para curtir uma noite bem agitada! É conhecido como o bairro Boêmio de Santiago. Fui e voltei de Uber, conheci o Patio Bellavista que agrupa vários bares e restaurantes e escolhi o Montana Steakhouse e Bar para jantar – com muita dificuldade pois dá vontade de conhecer todos, é um mais bonito que o outro!
Dia 2:
Passeio em Farellones e Valle Nevado: dia de explorar a Cordilheira dos Andes!
A Van veio buscar na porta do apartamento. O caminho já tem uma vista extraordinária: estrada de montanha cercada por fauna e flora. A primeira parada é para pegar as roupas de neve, que podem ser alugadas na mesma hora (eu peguei somente a bota, pois já tinha um casaco próprio para essa aventura congelante). A segunda parada foi em um mirante onde é possível avistar as nuvens que ficam abaixo do monte – simplesmente MA RA VI LHO SO. Quem se interessar, essa é uma ótima parada para mascar folha de coca (dizem que é bom para o mal de altitude).
A próxima parada foi em Farellones, o primeiro povoado de montanha e onde fica a estação de esqui com diversas atividades – ali é fácil se sentir em um filme. Como fui no fim do inverno, já não havia mais neve na estação e só passei para conhecer mesmo.
A última parada foi em Valle Nevado, onde se localiza um luxuoso Resort e o centro de esqui mais famoso do Chile. Passei o dia livre me aventurando na neve e admirando a paisagem das cordilheiras coberta de neve.
Finalizado o passeio com a agência, continuei o dia visitando os seguintes locais:
- Barrio Providencia: É muito arborizado e cheio de cores. Possui uma grande quantidade de restaurantes.
- Parque Metropolitano de Santiago: Ir de teleférico para o Cerro San Cristóbal e descer de funicular: A oportunidade de admirar Santiago do alto com uma vista incrível da cidade. A saída fica no Barrio Bellavista, que é muito colorida e coberta de arte nas paredes, ruas, casas e etc.
- La Piccola Italia: Restaurante Italiano que possui várias unidades pela cidade onde você encontra comida boa e barata. Entre 16hrs e 20hrs acontece a “hora feliz”, e muitos pratos e bebidas ficam pela metade do preço. No Piccola você também encontra o Pisco Sour, a aguardente de uva típica do Chile, que lembra a nossa famosa caipirinha.
De lá, fomos em busca de outra bebida típica do Chile: o Terremoto! É a base de vinho branco e sorvete de abacaxi, uma mistura doce e refrescante muito popular nos verões de Santiago, mas cuidado: ele pode te fazer perder o chão! rsrs
Dia 3:
Dia de passeio em Valparaíso e Viña Del Mar. Confesso que não estava nos meus planos (não havia fechado esse pacote), mas tive um imprevisto com a agência e tive que trocar Cajon Del Maipo para esse destino, e me surpreendi.
Valparaíso foi o lar de Pablo Neruda – famoso poeta chileno – uma cidade portuária com uma história e arquitetura muito rica, casas coloridas e grafitadas, arte de rua, e muitos cerros (são mais de 40 morros).
Após andar pelas ruas dessa encantadora cidade, voltamos para a van com destino a Viña Del Mar, e como o próprio nome diz: EU VI O MAAAARRRRR! Gelado, do oceânico pacífico, mas me encorajei a entrar até aos joelhos. Congelada de felicidade! rsrs
Existem várias opções de restaurante na cidade, e você pode almoçar com vista para a praia.
Dia 4:
Este foi mais um dia de passeio pela cidade de Santiago. Além de andar pelas ruas e voltar em alguns pontos já visitados que mais gostei, visitei:
- Mercado Central de Santiago: Aquela atração super tradicional no centro histórico da cidade. Fica em um prédio datado de 1872 tombado como Monumento Histórico. Lá você encontra todo o tipo de frutos do mar frescos, tanto no mercado para comprar quanto na culinária dos vários restaurantes que oferece de opção.
- Barrio Bellas Artes: O nome do bairro não é em vão! Nele você encontra vários museus, teatros, livrarias, academias de arte, e inúmeras possibilidades de atividades ao ar livre.
- Costanera Center: Além de um dos maiores o shoppings de Santiago que possui uma diversidade enorme de lojas mundialmente famosas e uma vista privilegiada na praça de alimentação, no topo do edifício fica o maior mirante da América latina, de 300 metros de altura que oferece uma vista de 360º da capital.
Dia 5:
Também conhecido como o dia de visitar Pucón!
Fui para a rodoviária no dia 04 a noite, peguei o ônibus de 22h e a chegada em Pucon seria no dia 05, por volta de 7h da manhã.
Encontrei um lugarzinho aconchegante para tomar café, chamado Café Luthier Bistro. Em seguida, peguei o ônibus para Los Pozzones, para conhecer as águas termais, que são simplesmente PERFEITAS. O dia estava chuvoso mas não impediu o fato de que esse foi o destino mais incrível de toda viagem.
Conhecido um pouco da cidadezinha andando a pé, decidi ir à Playa Grande, que é uma prainha de pedras pretas e que é o point da cidade no verão. Existem váaarias opções de barzinhos e restaurantes, dos mais badalados aos mais tranquilos. Além disso existem vários outros atrativos na cidade que ficarão pra conhecer em uma próxima oportunidade, como o Vulcão Villarrica e vários outros poços de águas termais.
Dia 6:
Retornei de Pucon, e tive um dia mais tranquilo de descanso e de comprar lembrancinhas e muitoooos chocolates e vinhos para levar um pouquinho do Chile para o Brasil, podendo assim matar a saudade desse país maravilhoso. Andei por vários bairros e conheci mais algumas construções espalhadas pela cidade. Também foi o dia de aproveitar o apartamento (que era muito agradável e tinha uma vista 360º da cidade do terraço) e arrumas as malas pro retorno.
Dia 7:
Não era pra esse dia entrar no roteiro, este já era o dia de voltar pra casa. Porém devido aos problemas com a bagagem em excesso (levem o mínimo de coisas possível porque vocês vão querer trazer muita coisa de lá), nervosismo com a situação e distração, perdemos o voo de volta, e só foi possível comprar um novo para o dia seguinte à noite.
Assim, tivemos que procurar um lugar pra dormir e encontramos um quarto no AirBNB na casa de dois chilenos (mãe e filho). De início fiquei com medo por não conhecê-los, mas no dia seguinte eles chamaram para tomar café e foi a largada de um dia incrível, conhecendo a cultura Chilena bem de pertinho. Passamos o dia todiiinho conversando (eles em espanhol, nós em português, mas não é que deu certo?).
É legal perceber que fiz todos os passeios com o melhor custo-benefício possível, foi uma viagem bem acessível, que gastei menos que imaginei. Ficou com vontade de conhecer? O Chile é um destino completo que indico à todos, um destino que muito me surpreendeu e que com certeza eu voltaria (agora pra conhecer mais de Pucón). E que venham as próximas aventuras!
* Bárbara Silva é Turismóloga, analista de operações na Maxmilhas, e como uma sagitariana nata, adora novas aventuras.