O primeiro intercâmbio a gente nunca esquece

Gostaria de dividir um pouco da minha paixão por viajar, abraçando a missão de instigá-los a vivenciar o Brasil e o mundo, da mesma forma que eu fiz e faço até hoje.

Esse é o primeiro de muitos artigos para vocês…

Então, preparem-se para muitas emoções, pois vou compartilhar segredos, experiências, desafios e muitos aprendizados da minha jornada.

Apertem os cintos e viajem comigo!

 

-Era uma vez, em uma cidade chamada Ouro Preto, no belíssimo estado de Minas Gerais, uma menina muito curiosa, que adorava mexer em tudo que via pela frente. Certo dia, ao abrir a penúltima gaveta do armário da sua mãe, encontrou uma fantástica caixa de cartões-postais, que a deixou maravilhada.

Ela ficou impressionada com as inúmeras paisagens e diversidades que o mundo podia lhe oferecer. Foi nesse dia que sua imaginação voou longe e que ela teve o clique de viajar pelo mundo e conhecer essas belezas.

Mal sabia ela o que estava por vir e que a verdadeira beleza que procurava estava não só nas paisagens, mas nas pessoas que habitavam todas aquelas regiões.  Nem imaginava que, transformar pessoas e ser transformada seria sua missão de vida. Suas tias contam que desde muito pequena ela sempre dizia: Vou morar nos EUA e ficar muito rica! 

Confesso que nunca me lembrei dessa historia até minhas tias contarem, mas de fato aconteceu, morei nos EUA e fiquei rica…  e daqui a pouco vão entender como adquiri toda essa riqueza…).  […]

 

Mas eis que por volta dos meus 17-18 anos eu resolvi viver tudo aquilo que meu inconsciente já havia escolhido há muito tempo.  Confesso que não foi fácil! Filha única, muito nova, com inglês mais “embromation” impossível e lidando com a recente separação dos pais!

Na época procurei um programa de intercâmbio e tive a oportunidade de viver no Estado de Idaho, localizado no noroeste dos Estados Unidos (sim, sim eu sei… você provavelmente nunca ouviu falar porque nem os americanos conhecem, risos).

Fui morar e trabalhar em Sun Valley, um famoso sky resort cuja a cidade mais próxima, Ketchum, ficava a 2.5 km de distância e, na época (1999) tinha contava com cerca de 3.000 habitantes.

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Era aquele tipo de intercâmbio em que você trabalha por três meses nos Estados Unidos e depois pode viajar com o dinheiro que ganhou. Esses trabalhos variavam entre garçom, recepcionista, limpadores de mesa (famoso busser), atendente de lift entre várias outras funções que demandavam, ou não, um certo nível de inglês.

Por opção, morava lá mesmo no complexo e compartilhava o quarto com uma adorável Mórmon chamada Havilah Bishop – como poderia esquecer o nome da minha primeira roommate (companheira de quarto)?! Ela, sem dúvida, foi uma das bênçãos daquela viagem.

Lembro que uns dos meus grandes sonhos era falar fluentemente a língua, por isso pedi para compartilhar o quarto com uma americana, mesmo havendo vários brasileiros no local.

Todo mundo diz para não andar somente com nossos conterrâneos,  pois você acaba saindo do principal foco que é desenvolver o inglês.

Escutei parcialmente esse famoso conselho, pois andava com diversos brazucas (carinhosamente chamado por nós mesmos) , mas não abria mão de morar com uma nativa, e não só para aprimorar o inglês, como também para absorver a cultura local.

Nessa época acordava às 6h  para subir até o topo da montanha. Lembro que a neve batia direto na minha testa e, por mais agasalhada que estivesse, sentia o frio de – 10ºC penentrando em meu cérebro.

Mesmo assim, vivi cada momento como se fosse único (e realmente era). Em seguida consegui um trabalho de atendente de lift, ou seja, cumprimentava e acompanhava as pessoas que pegavam aquele transporte para subir e esquiar aquelas belas montanhas.

No final do dia, por volta das 17:30, alguns funcionários do topo da montanha calçavam seu snowboard para percorrer os vales nevados até o ponto mais baixo  (ao invés de descer com o próprio teleférico), e eu, não ficava fora dessa!.

Dentro de alguns dias consegui mais um trabalho na cidade de Ketchum, fazendo sanduiches em uma deli (Deli é justamente a forma abreviada de delicatessen, uma loja que vende queijos, frios e outras iguarias).

Ai você pode perguntar: mas como, se seu inglês era péssimo? E nem eu sei como! Só lembro que trocava todas as carnes. Pediam rosbife eu colocava presunto, pediam mostarda e eu colocava molho barbecue, pediam frango eu colocava carne!

Acredito que os gringos me viam como uma menina esforçada que estava lutando por seu dinheirinho. Pra falar a verdade só me lembro de um americano que me chamou à atenção e lembro até hoje da voz dele, reclamando algo em alto e bom tom.(Posso confessar que existiam vantagens de não entender tudo no inglês ..rs).

Tirando isso, foram só elogio e muitas gargalhadas com os americanos  e claro os 8 quilos extras que adquiri! Imaginem com aquela máquina de coca – cola disponível e toda aquela comida, era preciso ter muita, mas muita disciplina alimentar por ali.

A primeira experiência de viagem é algo que nos marca de uma maneira absurda! As decisões tomadas à partir daquele momento mudaram ou até mesmo criaram a nova trajetória em minha vida, que ainda segue nessa busca pelo desconhecido.

São tantas respostas para as minhas perguntas,  tantas novidades, tantas conexões inesquecíveis que crio com as pessoas…., sinto o amor que tenho ao ser humano…. essa eterna busca.

Hoje, depois de aproximadamente 15 anos viajando por esse mundão afora vivendo as mais intensas e fantásticas experiências, acredito ter tomado à decisão mais certa!

É lógico que a gente não acerta o tempo todo, mas eu não seria a Liege, se não fosse essa história de vida e não entenderia o verdadeiro sentido de riqueza que a minha criança interior sonhava em possuir.

Até o dia de hoje são 45 países, 326 cidades, infinitas conexões e o mais profundo amor por ter escolhido viver assim… Poder tocar e transformar a vida de várias pessoas que passaram pelo meu caminho.

E como nunca é tarde, hoje compartilho com vocês essa extensão da minha vida e tudo que aprendi. Entendo que se soubesse o que eu sei hoje quando fiz minha primeira viagem, teria conhecido muito mais lugares e pessoas , impactado muito mais vidas.

Então, divido com vocês também os erros cometidos “na minha perspectiva” para que não comentam o mesmo “ou cometam” porque conselho por definição própria é : proposta ou opinião que se emite sobre o que convém fazer, parecer, sugestão.

Espero de coração poder contribuir para a sua caminhada de vida e que suas experiências possam ser também únicas e ricas como as minhas!

Quero também dedicar meus artigos para alguém que contribuiu e ainda contribui nessa minha caminhada, a mulher mais linda e especial do planeta terra; Minha Mãe, que mesmo em meio de tantas lágrimas de saudade, apoiou cada momento, cada decisão! Sempre dizendo-me: “filha, eu quero a sua felicidade independente de qualquer coisa!”.

E me permitam dizer umas palavras a ela: “mãe, essas simples palavras são para você que é minha inspiração, minha motivação, meu maior orgulho nesse mundo. TE AMO DEMAIS”

E a vocês leitores, quero compartilhar a partir de hoje minhas histórias pelo mundo…. as vezes felizes, as vezes tristes, fascinantes, engraçadas, com muitos personagens intrigantes e interessantes.

Quero despertar em você a magia de conhecer o mundo e aguçar sua vontade para que nunca deixe um sonho para depois.

Um grande Beijo para esses viajantes e nos vemos em breve .

Com todo amor,

Liege Neves

 

 

*Liege Neves é uma palestrante, escritora e empreendedora brasileira que viajou e viveu pelo mundo. Sua proficiência em marketing, comportamento humano, estudos culturais e neurolinguística são as bases de seu talento. Com “Viajando o Mundo”, propaga a cultura brasileira, mas não apenas isso: ela ajuda pessoas a se conectarem com diversas culturas diferentes, viver como os habitantes locais, economizar dinheiro nas viagens e desfrutar de experiências únicas que elas guardarão para sempre.

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