O espetacular nascer do sol na Praia Vermelha, Rio de Janeiro
É fácil gastar muito em uma viagem ao Rio: a comida costuma ser cara e nem sempre é boa, hospedagem pode ter o preço nas alturas e é muito mais fácil se deslocar de táxi ou Uber do que decifrar a malha de ônibus da cidade ou esperar pelo metrô (nos poucos trajetos que ele atende). Mas mesmo assim a Cidade é mesmo Maravilhosa e tem muitas alternativas gratuitas para balancear os custos de uma viagem. Sempre que volto ao Rio, reclamo comigo mesma que não o visito com a frequência que gostaria – moro em Belo Horizonte, nem é tão longe, e ainda tenho amigos que me acolhem muito bem na cidade! Preciso voltar mais e sempre, é fato.
A mistura entre natureza, construções planejadas e construções caóticas cria uma paisagem surreal e inesquecível. A cidade tem uma floresta com cachoeira dentro dela, praia deserta, praia cheia, praia de nudismo, praia badalada, praia de mar forte e fraco, lagoa, montes cobertos de verde que dá para subir à pé, de carro, de bondinho. Tem museus lindos, tem o Jardim Botânico, tem o Cristo Redentor, pelamordedeus. E estou falando só das belezas da Zona Sul que eu já explorei. Como disse, não conheço tanto (ainda) para ser sua guia de turismo pelo Rio.
Certo é que na minha segunda vez pela capital fluminense, já no fim de uma noite de festa pela Lapa, alguém sugeriu que fôssemos até a Urca para ver o nascer do sol. O pôr do sol eu já tinha visto algumas vezes, espetaculares todas elas, mas o nascer do sol é efeméride das mais difíceis pra mim, que tenho costume de acordar mais tarde. Mas eis que eu estava na rua depois de uma semana de passeios pelo Rio e o dia já clareava. Vamos.
A Urca é uma península à parte na Zona Sul do Rio, onde se ergue o Pão de Açúcar e o Morro da Urca. O bairro em volta do monte mais famoso do Rio tem apenas uma via de entrada e saída do bairro, predinhos antigos fofos, a mureta do Bar Urca (cujo pôr-do-sol está na lista dos programas imperdíveis) e a Praia Vermelha, uma faixa de areia escondidazinha com um restaurante numa ponta e o começo do Morro da Urca na outra.
Chegamos de táxi e a areia ainda estava brilhando sub a iluminação pública. Nos sentamos bem no meio da Praia Vermelha e aguardamos o espetáculo. Aos poucos, o mar escuro foi se colorindo com o vermelho do sol, que saiu sem timidez detrás de Niterói e beijou o mar.
O dia se descortinou em ritmo lento, mas sem hesitação. A luz do poste se apagou, o céu brilhou mais, as nuvens se dissiparam, as cores foram ficando mais brilhantes, mais vivas, mais amarelas. A Praia Vermelha deve ter sido nomeada assim durante o nascer do sol, só pode.